Lição 09 – Módulo IV – 06MAR2022
Publicado em 05/03/2022
A VIDA DE NOSSO SENHOR (parte 2)
EBD – Lição 09 – Módulo IV – 06.MARÇO.2022
A morte se Aproxima
ESTUDO CRONOLÓGICO NOVO TESTAMENTO
Na última lição estudamos sobre o grande amor de Deus, principalmente com a parábola do filho pródigo. Agora nesta lição, onde podemos perceber a urgência de Jesus em seus ensinos, preparando os discípulos, pois sua partida se aproximava e ele não podia perder tempo. Os religiosos, oponentes declarados de Jesus, estavam cada vez mais descontentes com os últimos acontecimentos. A ressurreição de Lázaro que vamos estudar nesta lição, foi um grande estopim para eles se organizarem e começarem a tramar como matar Jesus.
O inicio do capítulo 16 começa com a parábola do administrador astuto. Ela é uma das mais difíceis de todas as parábolas quanto a sua interpretação. O problema básico é o elogio ao administrador, que é claramente desonesto. É a astúcia do mordomo que é recomendada, e não suas práticas comerciais.
Quando Jesus encerra a parábola do administrador astuto, Lucas registra que os fariseus, que amavam o dinheiro, ouviam tudo isso e zombavam de Jesus. (Lc 16.14)
O dinheiro não deveria ser objeto principal de cuidado, mas sim as riquezas do reino de Deus.
Espero que cada ponto tratado nesta lição, não só aumente nosso conhecimento em relação ao ministério de Jesus, mas principalmente nos prepare para situações adversas que se levantam no dia-a-dia.
O rico e Lázaro (Lc 16.19-31)
Uma parábola para confrontar os amantes do dinheiro. Vejam o que Jesus havia dito nos versículos 13 e 14 “Nenhum servo pode servir a dois senhores; pois odiará um e amará outro, ou se dedicará a um e desprezará outro. Vocês não podem servir a Deus e ao dinheiro. Os fariseus, que amavam o dinheiro, ouviam tudo isso e zombavam de Jesus.”
Essa parábola é bem conhecida e somente Lucas a registra. Ela vai tratar da relação na vida, e na morte de um homem rico sem nome e um homem pobre chamado Lázaro.
A maioria dos eruditos bíblicos contemporâneos considera a história do rico e Lázaro (Lucas 16.19-31) como uma parábola, da qual nem todos os detalhes podem ser interpretados literalmente. George E. Ladd, por exemplo, diz que essa história era provavelmente “uma parábola e uso corrente no pensamento judaico e não tenciona ensinar coisa alguma acerca do estado dos mortos”. (O Novo Dicionário da Bíblia [São Paulo: Vida Nova, 1962], vol. 1, p. 512).
Sendo esse o caso, temos que procurar entender qual o verdadeiro propósito do relato. Ele ensina pelo menos duas grandes lições. A primeira é que o status e o reconhecimento social do presente não são o critério de avaliação para a recompensa futura. Em outras palavras, aqueles que, à semelhança dos escribas e fariseus, se julgam mais dignos do favor divino podem ser os mais desgraçados espiritualmente aos olhos de Deus (comparar com Mateus 23).
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A segunda lição é que o destino eterno de cada pessoa é decidido nesta vida, e jamais poderá ser revertido na era vindoura, nem mesmo pela intervenção de Abraão (Lucas 16.25 e 26). A referência à impossibilidade de Abraão salvar o homem rico do seu castigo reprova o orgulho étnico dos fariseus, que se consideravam merecedores da salvação por serem descendentes de Abraão (ver Lucas 3.8; 13.28; João 8.39 e 40, 52-59).
O seio de Abrãao
Dos três termos de uso comum entre os judeus para expressar o estado futuro de bem-aventurança — (1) o Jardim do Éden, ou Paraíso; (2) o Trono da Glória; (3) o seio de Abraão – este era o mais popular.
Frase única encontrada em uma parábola de Jesus, descrevendo o local onde Lázaro foi depois da sua morte (Lucas 16.19-31). É uma expressão figurativa que parece ter sido elaborada a partir de uma crença popular de que o justo teria descanso ao lado de Abraão no mundo por vir, um parecer descrito na literatura judaica na época de Cristo. A palavra kolpos, literalmente, refere-se ao lado, ou colo, de uma pessoa. Figurativamente, como neste caso, refere-se a um lugar de honra reservada para um convidado especial, semelhante ao seu uso em João 13.23 (“Um deles, o discípulo a quem Jesus amava, estava reclinado ao lado dele.”). No caso de Lázaro, o lugar reservado é especial porque está ao lado de Abraão, o pai de todos os justos. A frase pode ser sinônima de paraíso prometido ao ladrão na cruz (Lucas 23.43 (“Jesus lhe respondeu: Eu lhe garanto: Hoje você estará comigo no paraíso”). Juntas, essas passagens dão apoio a convicção que um crente goza na felicidade imediata, no momento da morte física.
Nota: Conforme a Bíblia de Jerusalém edição 1982, “seio e Abraão” é uma antiga expressão hebraica semelhante à locução bíblica “reunir-se a seus pais”, isto é, aos patriarcas (Dt 31.16 “E, o Senhor disse a Moisés: Você vai descansar com os seus antepassados, e este povo logo irá prostituir-se, seguindo aos deuses estrangeiros da terra em que vão entrar. Eles se esquecerão de mim e quebrarão a aliança que fiz com eles.”).
Ensinos valiosos (Lc 17.1-10)
2.1 Perdoando uns aos outros ( 17.1-4)
Jesus se volta para seus discípulos e mostra que dificuldades surgirão por parte de alguns, o que ele chama de escândalos (coisas que levem o povo a tropeçar), mas que tal pessoa que foi instrumento de levar um dos seus pequeninos a tropeçar, melhor seria que ela amarrasse uma pedra de moinho ao pescoço e fosse jogada ao mar. Uma morte terrível diante de uma ação terrível.
Mas quanto ao que pecou, esse ao reconhecer o seu erro e pedir perdão deveria ser perdoado, sempre.
2.2 A fé (17.5-6)
O problema em questão não é o tamanho da fé, mas uma fé genuína no poder transformador de Cristo em nós.
Mais uma vez Jesus vai usar a semente de mostarda para trazer uma ensino sobre a fé que funciona.
A fé na misericórdia perdoadora de Deus nos capacitará a superar as maiores dificuldades no caminho de perdoar nossos irmãos. Assim como para Deus nada é impossível, assim todas as coisas são possíveis para aquele que pode crer. Nosso Senhor mostrou a seus discípulos a necessidade de profunda humildade.
2.3 Servos inúteis (17.7-10)
Esses assuntos parecem estar desconectados entre si, mas quando analisamos os detalhes vamos ver que há muita conexão entre eles. O aumento da fé, em face aos obstáculos que se levantam e os resultados da fé genuína em ação podem, nos levar à soberba. O homem, desde o pecado no jardim do Édem vem sendo desafiado a não deixar que a soberba da vida tome conta do seu coração, por isso esse bloco sobre servos inúteis cai como “uma luva”, para “baixar a nossa bola”.
Nosso melhor serviço não nos dá qualquer direito sobre Deus. Olha o que Paulo diz sobre ele em 1Co 9.16 “Contudo, quando prego o evangelho, não posso me orgulhar; pois me é imposta a necessidade de pregar. Ai de mim se não pregar o evangelho!”
Já em Isaías temos: “Somos como o impuro, todos nós! Todos os nossos atos de justiça são como trapo imundo. Murchamos como folhas, e como o vento as nossas iniquidades.” (Is 64.6)
Na melhor das hipóteses, fizemos apenas o que devíamos fazer.
A ressurreição de Lázaro (Jo 11.1-46)
Um certo homem estava doente – A ressurreição de Lázaro foi registrada apenas por João. Várias razões foram conjecturadas por que os outros evangelistas não mencionaram um milagre. O mais provável é que, na época em que escreveram, Lázaro ainda estivesse vivo. O milagre era bem conhecido e, no entanto, tê-lo registrado poderia ter exposto Lázaro à oposição e perseguição dos judeus. Veja João 12.10-11 “Assim, os chefes dos sacerdotes fizeram planos para matar também Lázaro, pois por causa dele muitos estavam se afastando dos judeus e crendo em Jesus”. Além disso, João escreveu para os cristãos que estavam fora da Palestina. Os outros evangelhos foram escritos principalmente para aqueles que estavam na Judéia. Havia mais necessidade, portanto, de que ele entrasse minuciosamente no relato do milagre, enquanto os outros não consideravam necessário ou apropriado registrar um evento tão conhecido.
Cristo, ao restaurar o corpo apodrecido de seu amigo à vida, mostra um exemplo tanto de seu grande poder, quanto de sua singular boa vontade para com os homens: e isso também é uma imagem da ressurreição vindoura.
A ressurreição de Lázaro leva muitos judeus a crerem em Jesus (Jo 11.45) mas também a uma convocação do Sínédrio e um consenso de trama para matarem o Senhor Jesus. Por isso em João 11.53-54 encontramos: “E, daquele dia em diante, resolverão tirar-lhe a vida. Por essa razão, Jesus não andava mais publicamente entre os judeus”.
Quando voltamos nosso olhar para o início do ministério de Jesus e nos deparamos com outra ressurreição, nesse caso, a filha de Jairo, vamos entender porque Jesus ordena que não fosse contado a ninguém o que tinha acontecido. (Lc 8.40-56)
A retirada para Efraim (Jo 11.47-54)
Diante do quadro de perseguição se acirrando, até porque nesse caso houve uma convocação oficial para o sinédrio se reunir e discutir o fato de muitos estarem crendo em Jesus e isso colocaria em risco a posição que eles tinham e até mesmo o controle dos Romanos, Jesus viu a necessidade de se afastar temporariamente, pois o tempo dele ainda não era chegado.
Muitas vezes um recuo na caminhada, não significa que desistimos do projeto, mas sim uma estratégia para não antecipar o que vamos experimentar mais na frente.
CONCLUSÃO
Vimos nesta lição a atitude do Senhor ensinando e demonstrando a prática da humildade e do amor ao próximo com compaixão e perdão.
Também nos ensina que não devemos amar ao dinheiro, pois estaríamos dividindo o nosso amor, que deveria ser total para nosso Deus. Não podemos ficar entre dois senhores: Deus e o dinheiro.
Vimos que devemos ser cuidadosos estando atento para não causar escândalos aos novos na fé, servindo de tropeço.
Aprendemos que se fizermos somente o que é do nosso dever fazer somos servos inúteis, só merecemos elogios se formos além das nossas obrigações.
O poder e amor de Cristo estão aparentes na ressurreição de Lázaro, demonstrando que a vida esta Nele. Só Cristo pode nos dar a vida e, só a alcançamos estando nesta vida terrena. Depois que partimos daqui, nosso destino já está definido.
Também aprendemos que diante de situações adversas devemos recuar nos afastando do perigo iminente mesmo que momentaneamente.
Autores:
:: Pr. Gilberto Martins
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:: Pb. Ivan Pisani |
Referências bibliográficas
- Bíblia Sagrada _ Nova Versão Internacional, 2ª. Edição: Geográfica, 2000.
- O evangelho de Lucas, Introdução e Comentário por Leon L. Morris, M. Sc., M.Th., Ph.D. 1a. Edição: Mundo Cristão, 1983.
- João, Introdução e comentário, F.F. Bruce. 1ª. Edição: Mundo Cristão, 1987.
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