A Páscoa Se Aproxima •

Lição 13 – Módulo IV – 03ABR2022
Publicado em 03/04/2022

A VIDA DE NOSSO SENHOR (parte 2)

EBD – Lição 13 – Módulo IV – 03.ABRIL.2022
A PÁSCOA SE APROXIMA
ESTUDO CRONOLÓGICO NOVO TESTAMENTO

Nas lições passadas estudamos que era evidente, depois de Jesus ter ressuscitado Lázaro, que muitos judeus, anteriormente incrédulos e hostis para com Seus ensinamentos, agora criam Nele e O seguiam. Isso trouxe ainda mais ira a seus inimigos que passavam a tramar sua morte acima de tudo. Além disso, estudamos que Jesus prediz sua crucificação, porém seus discípulos ainda não conseguiram entender pois estava "oculto" a eles de acordo com as suas limitações. Enquanto isso, Jesus ainda ensina que assim como Ele (o Filho do Homem), não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate de muitos, aqueles que querem ser importantes precisam servir, assim como Ele o fez. Nessa aula, chegamos a última semana da vida de Jesus. Com a proximidade das festividades da Páscoa muitos procuram por Jesus, alguns para segui-lo, outros para matá-lo.

 

1. A conversão de Zaqueu (Lc 19.1-10)

Jericó era uma cidade conhecida por sua importância e riqueza. As Tâmaras e o balsamo produzidos na cidade fizeram com que os romanos dessem fama mundial ao local. Assim, Jericó era um dos locais mais impositivos da Palestina.  Naquele local morava Zaqueu, o chefe dos publicanos, um homem que tinha alcançado o mais alto de sua profissão, porém era o homem mais odiado do distrito.

A história de Zaqueu deve ser estudada dividindo-a em partes:

(1) Zaqueu procurava o amor de Deus. Zaqueu, apesar de muito rico, não era uma pessoa feliz. Era, além disso, uma pessoa solitária pois era considerado desprezível, vivendo marginalizado, sendo considerado como um pária. Zaqueu havia ouvido a respeito de Jesus e como Ele acolhia os pecadores, assim como os cobradores de impostos. Uma vez que era desprezado pelos homens, talvez fosse recebido por Jesus.

(2) Zaqueu tinha a coragem do desespero. Zaqueu estava determinado a se encontrar com Jesus, e não deixou que nada o detivesse.  Pôs-se a correr e procurar um local onde pudesse avistar Jesus, quando Ele passasse por alí. Subiu então em uma figueira, pois apesar de as coisas não serem fáceis para ele, isso não o impediu de buscar uma maneira de ver Jesus. Zaqueu tinha a coragem do desespero.

(3) Zaqueu mostrou por suas obras que tinha mudado.  Zaqueu tomou diversas atitudes para demonstrar a todos que tinha mudado. Ao ouvir Jesus mencionando que ficaria em sua casa, se alegrou por entender que havia encontrado um novo e maravilhoso amigo. Isso o fez tomar uma decisão importante: daria a metade de seus bens aos pobres; e a outa metade, não ficaria com ela, mas sim, devolveria a aqueles a quem confessou ter fraudado no passado. Zaqueu estava decidido a fazer mais do que a lei pedia (para conhecer mais sobre essas leis, leia em Ex 22. 1; 4-9; Lv 6.1-6 e 2Sm 12.6).

(4) A história então termina com palavras importantes. O Filho do Homem veio buscar e salvar aquele que estava perdido. Mas não “perdido” no sentido de maldito ou condenado, e sim no sentido de alguém equivocado, alguém que precisa ser direcionado pelo caminho certo para a casa. Um Homem está perdido quando se afasta de Deus. E quando é achado e direcionado novamente ao caminho correto deve ser motivo de festa, pois este está novamente no lugar correto como um filho obediente que está agora no lar e na presença da família do Pai. Vemos a mudança em Zaqueu após o encontro com Jesus. É possível não mudarmos após um encontro com Jesus?

 

2. A Parábola das minas (Lc 19.11-28)

Jesus precisava corrigir o pensamento errôneo dos discípulos, que ainda pensavam que o reino de Deus seria terreno e político, se manifestando visualmente de imediato, assim como não compreendiam que ele teria que morrer. Para isso, contou a parábola das dez minas. Essa parábola assemelha-se a parábola dos talentos escrita em Mateus 25. 14-30.

A parábola falava sobre um homem nobre que se ausenta para tomar posse de um reino e depois voltar. Antes de partir, o nobre entrega uma mina, ou seja, cem dracmas, a dez de seus servos, dando-lhes a ordem de negociar esses valores até sua volta. Na sua volta, ele recompensou os servos fiéis, porém repreendeu severamente o servo negligente, além de ordenar sumariamente a execução dos inimigos.

Jesus faz referência a um homem de origem nobre que precisa viajar para um local distante. Podemos comparar essa parábola ao Reino do Céu. Assim, Jesus seria o homem de origem nobre que precisa viajar para longe, nesse caso o céu, onde terá o reino dado por seu Pai.

Vários ensinamentos podem ser retirados dessa parábola.

(1) O homem relatado na parábola chama então dez de seus servos e lhes confia dez minas. Naquela época, mina era uma moeda grega. Cada mina valia cem dracmas, sendo uma quantidade razoável equivalendo a alguns dias de trabalho de um agricultor, por exemplo.  O homem diz a seus servos que negociem aquelas minas até que ele volte (Lc 19.13). Esses servos podem ser comparados aos discípulos que deveriam pregar o evangelho a toda criatura até que Ele retornasse estabelecendo seu reino de glória.

(2) O homem nobre enfrenta, entretanto, a hostilidade e o ódio de seus súditos. Jesus, assim como o homem da parábola é odiado por muitos, estando inclusive sob a mira dos fariseus e chefes dos sacerdotes que queriam apanhá-lo (Lc 19.14). Os discípulos sabiam que os judeus não aceitavam Jesus, alguns até mesmo queriam matá-lo.

(3) A recompensa dos servos fiéis na volta de seu senhor (Lc 19.15-19). Na parábola, a o homem, apesar da oposição de seus súditos tomou posse do reino. Então, quando ele volta, chama os seus servos para que estes prestem contas. Como exemplo, a parábola menciona alguns servos que demonstraram sua fidelidade: o primeiro disse que a mina atribuída a ele havia rendido dez vezes mais; o segundo, que sua mina havia rendido cinco vezes mais. Ambos foram elogiados pelo rei que os recompensou retirando-os do pouco, colocando-os no muito. Isso pode ser considerado como o julgamento do Senhor Jesus que em seu retorno julgará todo o seu povo e recompensará a cada um segundo suas obras.

(4) Jesus compara o terceiro servo como um infiel e a este é dada a punição na volta de seu senhor (Lc 19.20-26). Para encobrir sua omissão, justificou-se dizendo que temia seu senhor por ser este um homem rigoroso e severo.  O nobre então, sem meias palavras, o chamou-o de servo mau, lavrando assim sua condenação por suas próprias palavras.  Se, ao menos o servo fosse coerente com suas palavras, não teria guardado o dinheiro do seu senhor, mas teria, no mínimo, colocado esses valores no banco para render juros. Então, a ordem do homem nobre foi incisa e imediata: Tirai-lhe a mina e dai-a ao que tem as dez (Lc 19.24). Não há espaço para negligência no reino de Deus. A neutralidade e a omissão são ofensas ao Senhor e prejuízos à sua causa.

 

3. Jesus chega a Betânia (Jo 11.55-57; 12.1, 9-11)

Era evidente agora, depois de Jesus ter ressuscitado Lázaro, que muitos judeus, anteriormente incrédulos e hostis para com os ensinamentos de Jesus, agora criam nele e o seguiam. A fé de muitos havia sido despertada pelo milagre feito por Jesus. Isso trouxe ainda mais ira a seus inimigos que passavam a tramar sua morte acima de tudo. Mas quando a Páscoa se aproximava, muitos peregrinos que foram a Jerusalém para participar das festas procuravam por Jesus, se questionando se Ele viria ou não. Alguns o procuravam pois queriam Segui-lo, e ainda ver Lázaro, o homem ressuscitado por Jesus. Enquanto outros, como os chefes dos sacerdotes e os fariseus ordenavam até mesmo que alguém o denunciasse para que eles pudessem prendê-lo, e é claro que encontraram judeus que tinham essa ideia, de delatar Jesus para estes.

Essa era a terceira Páscoa mencionada no livro de João. A primeira (2.13) foi bem no início do ministério de Jesus, antes da prisão de João Batista. A segunda páscoa registrada está em (6.4). Aconteceu no meio do ministério na Galiléia. E agora, no ano de 29 dC a terceira páscoa (11.55).

Enfim, só faltavam 6 dias para a chegada da Páscoa quando Jesus saiu de Efrain para Betânia. Enquanto em Jerusalém, Sua morte era tramada, em Betânia sua chegada é mais que aguardada. Ao invés de entregá-lo como um criminoso, seus amigos de Betânia preparavam uma ceia, para honrá-lo. Além disso, a grande multidão que se formava para ver Jesus, assim como para ver Lázaro que havia sido ressuscitado por Jesus, levou aos chefes dos sacerdotes a planejarem também matar Lázaro.

 

4. Jesus é ungido em Betânia (Jo 12.2-8)

Jesus então estava em Betânia, na casa dos seus amigos, tendo Lázaro a seu lado na mesa Ambas Marta e Maria demonstravam devoção a Jesus enquanto Marta preparava todos os pratos colocando à mesa. Maria pela terceira vez estava aos pés de Jesus. Na primeira vez, conforme escrito em Lucas 10.39, esteve aos pés de Jesus para aprender. Na segunda vez, prostrou-se aos pés de Jesus para chorar pela morte de seu irmão Lázaro (João 11.32). Dessa vez, se prostava a Seus pés demonstrando a Ele seu amor por intermédio de uma generosa oferta da ressurreição de Lázaro.

           Mas uma coisa chamou a atenção: Uma situação semelhante já havia ocorrido. O livro de João 12.3 relata que Maria pegou um frasco de perfume muito valor e derramou aos pés de Jesus e enxugou com os seus cabelos. Esse episódio possui similaridade com aquele em que a mulher pecadora que, ao saber que Jesus estava na casa de um dos fariseus, foi até lá e molhou os pés de Jesus com as suas lágrimas, secou Seus pés com os seus cabelos e os ungiu com perfume como descrito em Lucas 7.36-39.  Nos dois episódios alguém se mostra insatisfeito com a situação. No relato da mulher pecadora, um fariseu havia se mostrado indignado que, sendo Jesus o profeta, deveria ter identificado aquela mulher como uma pecadora e segundo ele, ela não tinha dignidade para estar naquele lugar. E na segunda ocasião, um de seus discípulos, mais especificamente Judas Iscariotes era quem se indignava com a atitude da mulher de ter desperdiçado, ou melhor, esbanjado o perfume derramando-o sobre os pés de Jesus, ao invés de usá-lo para melhor finalidade. No livro de João 12.6, os relatos sobre Judas era de que ele roubada o dinheiro arrecadado. Como ele era o responsável pela bolsa na qual os valores eram guardados, os roubava sem que ninguém percebesse. Então na verdade, Judas não estava preocupado em verdade, com o valor que Maria poderia ter arrecadado vendendo aquele unguento e doando as pobres, mas sim com o valor que ele próprio poderia ganhar, enriquecendo o próprio bolso, com a venda daquele nardo puro.  

Mas vimos no final que Jesus mais uma vez corrigiu a pessoa que reagiu de forma negativa e que não se preocupava com Ele. Na primeira unção, o Senhor corrigiu o fariseu Simão e o ensinou acerca do pecado, perdoando aquela mulher pecadora; já na segunda unção, Jesus corrigiu Judas e afirmou que nem sempre eles teriam a oportunidade de estar ao lado Dele como estavam, e apesar de conhecer o coração insensato dele, não mais o respondeu.

Um outro ponto de destaque: Vamos comparar Maria e Judas. Maria amava o Senhor de todo o coração. Suas ações naquela ocasião demonstravam isso. Atos como tocar os pés de outra pessoa era considerado algo degradante. E Maria não apenas tocou os pés de Jesus, mas também os enxugou com os seus cabelos. O gesto de soltar os cabelos em público era indigno para uma mulher naquele tempo, mesmo assim ela o fez, pois queria exaltar Jesus com esse ato. Judas, por sua vez, vivia em companhia de Jesus. Andava como um dos seus discípulos, ouvia de seus ensinamentos, mas era uma pessoa desonesta, ambiciosa, pensando exclusivamente no bem material, agindo inclusive como ladrão. Se pensarmos nisso, percebemos que não importam apenas as aparências, mas sim nossas ações. Nossas ações podem nos definir mais do que nossa aparência ou nosso status dentro da igreja.

 Precisamos extrair um precioso ensinamento a partir daqui. É importante dar o nosso melhor a Deus. Maria deu o que tinha de mais precioso derramando sobre os pés de Jesus. O caro perfume que ela derramou sobre os pés de Jesus era um tesouro que as mulheres guardavam para as suas próprias bodas. Aquele frasco de perfume, de nardo puro provavelmente valia o salário de um ano de trabalho, mas ainda sim, ela o fez com alegria. Não deve ser diferente em nossas vidas, devemos dar o que nós temos de mais precioso que é o nosso coração.

                                                                                                                                                                   CONCLUSÃO

Na última semana de Jesus, muitos desafios são lançados, primeiro entendemos que muitos estavam o procurando, tanto para segui-lo quanto para matá-lo. Mas com tudo isso, Jesus não desistiu de levar a palavra e seus ensinamentos. Era impossível não mudar após um encontro com Jesus. Rumo a Betânia se encontrou com Zaqueu, homem rico que se arrependeu de seus pecados mudando sua vida após o encontro com Jesus. Encontrar Jesus e confiar em seus ensinamentos pode mudar nossas vidas.

 


Autores:

 

:: Pr. Gilberto Martins

 


:: Pb. Ivan Pisani

:: César Luiz
  :: Igor
  :: Flávia Siqueira

 

Referências bibliográficas

- Bíblia Sagrada _ Nova Versão Internacional, 2ª. Edição: Geográfica, 2000.

- João, Introdução e comentário. F. F. Bruce. 1ª. Edição: Serie Cultura Bíblica, 1987

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