Lição 16 – Módulo IV – 24ABR2022
Publicado em 24/04/2022
A VIDA DE NOSSO SENHOR (parte 2)
EBD – Lição 16 – Módulo IV – 24.ABRIL.2022
REFLETINDO A IMAGEM DE CRISTO
ESTUDO CRONOLÓGICO NOVO TESTAMENTO
Muitos temas teológicos geram dúvidas tremendas para muitos cristãos. Não era diferente no tempo de Jesus. As religiões existentes, principalmente o judaísmo, eram confrontados pelo evangelho que Cristo pregava com tanta simplicidade; tanto é que o povo estava crendo em Jesus e isso enfurecia cada vez mais os religiosos.
Vamos estudar nessa lição, questões teológicas apresentadas pelos líderes religiosos com a tentativa de confundir os ensinos de Jesus e também tirar-lhe a vida.
1. Algumas questões
Vamos estudar neste bloco três tentativas das autoridades judaicas para apanhar Jesus em alguma falha ou contra os romanos ou contra o povo.
1.1 Acerca do pagamento de imposto a César (Mt 22.15-22; Mc 12.13-17; Lc 20.20-26)
O tempo passa e parece que as coisas não mudam. Os homens têm as mesmas malícias, defendem os seus interesses, enganam e mentem. Mas tudo isto é assim porque vivemos no mundo de Césares ou não conhecemos ou não sabemos da realidade do reino de Deus. Este texto de Mateus 22 acima citado, mostra Jesus vivendo um momento em que homens maliciosos querem arrumar um jeito de acusar Jesus de algum crime contra os romanos. No primeiro momento eles fazem elogios e no segundo momento uma pergunta capciosa: “É lícito pagar tributo a César ou não? ”
Não era com alegria que os judeus pagavam impostos aos romanos. Uma pergunta sobre os impostos parecia ter a certeza de resultar numa resposta que deixaria Jesus comprometido, ou com os romanos que esperavam receber os impostos, ou com os judeus que não queriam pagar impostos. A pergunta, portanto, visa dificultar o apoio de Jesus entre o povo, ou, alternativamente, colocá-lo numa posição em que os romanos tomassem medidas contra ele.
(15) Como eles podem enredá-lo. — Literalmente, enredar (aprisionar). A frase é idêntica em significado ao nosso coloquial “preparar uma armadilha”. A trama implica que eles não ousaram tomar medidas abertamente contra Ele enquanto o sentimento popular estivesse no mesmo nível.
(16) A trama com os herodianos - Provavelmente”, diz o Dr. Campbell, partidários de Herodes Antipas, tetrarca da Galiléia, que eram a favor da continuação do poder real nos descendentes de Herodes, o Grande, um objetivo que, ao que parece, a maior parte da nação , especialmente os fariseus, não favorecia. Eles consideravam essa família não como idólatras, mas como grandes conformistas aos costumes idólatras de gregos e romanos, cujo favor eles não pouparam meios para garantir.
“o inimigo do meu inimigo é meu amigo” (frase do filme Allien x predador) 2a. guerra mundial
Por causa de seu zelo pela família de Herodes, eles naturalmente também eram zelosos pela autoridade dos romanos, por meio de quem Herodes foi feito e continuou rei. Sendo seus pontos de vista e desígnios, portanto, diametralmente opostos aos dos fariseus, existia há muito tempo a mais amarga inimizade entre as duas seitas. De modo que a conjunção de seus conselhos contra Cristo é uma prova muito memorável da agudeza daquela malícia que poderia assim fazê-los esquecer uma briga tão profunda um com o outro.
Jesus vai chamá-los de hipócritas, conforme o versículo 18. Jesus criticou duramente todos que viviam uma hipocrisia religiosa e com suas práticas pecaminosas, afastavam mais as pessoas de Deus. Eles no fundo só queriam colocá-lo à prova.
Aprendemos com a resposta de Jesus que a validade do governo humano não foi confrontada, mas em contrapartida o que é Deus não pode ser ignorado e pelos seus ensinos, o que era de Deus tem primazia sobre qualquer outro sistema.
Um denário: moeda com a imagem do imperador e uma inscrição com a palavra divino.
Segundo o historiador Josefo, este tributo que serviu de ocasião para a revolta de Judas da Galiléia, em 6 d.C.
Você tem aplicado com frequência o que Jesus está ensinando aqui: A Deus o que é de Deus e a César o que é de César?
Vamos ver agora a segunda tentativa de trama contra Jesus.
1.2 Acerca da ressurreição (Mt 22.23-33; Mc 12.18-27; Lc 20.27-38)
Os saduceus e os fariseus - Tanto os Saduceus quanto os Fariseus eram partidos religiosos nos dias de Jesus. Ambos eram críticos de Jesus e ambos eram criticados por Jesus.
Os Saduceus se consideram "conservadores", como os Velhos Crentes. Isto porque eles aceitavam como autoridade apenas a Lei escrita de Moisés e rejeitavam a Revelação subsequente. Consequentemente, os Saduceus negavam muitas das doutrinas defendidas pelos Fariseus e por Jesus, inclusive a ressurreição dos mortos, a existência de anjos e espíritos, e a possibilidade de recompensa ou punição após a morte. (At 23.6-8)
Os Saduceus entendiam que estas crenças eram corrupções zoroástricas da autêntica fé de Israel.
Embora fosse partido religioso, os Saduceus eram mais importantes como força política. Representavam a aristocracia sacerdotal e a estrutura de poder em Israel. Para eles, as atividades da religião centralizavam-se principalmente em torno do Templo.
Por outro lado, os Fariseus eram um grupo leigo, representando mais o homem comum. Em acréscimo à Lei escrita de Moisés, os Fariseus aceitavam como autoridade o restante daquilo que para nós chama-se "Antigo Testamento", além da "tradição dos anciãos".
E embora os Saduceus entendessem que a adoração no Templo era o principal foco da Lei, os Fariseus acreditavam que isto era apenas um entre muitos componentes da devida observância mosaica. Era sobre a interpretação da Lei e como a compreendiam no sentido de autêntica tradição de Israel que Jesus e os Fariseus discordavam.
Após a destruição do Templo em 70 d.C., o Judaísmo Saduceu desapareceu e o Judaísmo Farisaico tornou-se dominante. É, pois, dos Fariseus que o Judaísmo de hoje procede primariamente.
Em tempo: O zoroastrismo é uma religião de caráter dualista, que surgiu entre os séculos 628 a 551 a.C. Ainda hoje ela é praticada por algumas populações do Irã e da Índia. As diretrizes do profeta Zoroastro influenciaram a formação de algumas crenças do mundo oriental. O zoroastrismo pregava a interpretação dualista do mundo, dividido entre as forças do bem e do mal.
A questão apontada pelos saduceus tem base na lei do levirato.
A lei do levirato regulamentava o casamento entre uma viúva e o irmão de seu marido. O termo “levirato” tem origem no latim levir, que significa “irmão do marido”. O casamento levirato tinha o objetivo de preservar a descendência de um homem casado.
No período patriarcal já ocorria o casamento de uma viúva sem filhos com o irmão de seu marido (cf. Gênesis 38:8). Mais tarde, o casamento levirato foi incorporado e regulamentado na Lei de Moisés (Deuteronômio 25:5-10).
A desobediência à lei do levirato era considerada um delito grave. Um homem até poderia se recusar a se casar com sua cunhada viúva, mas ele seria exposto à execração pública.
Já a obediência parcial, quando o homem casava-se com a viúva, mas se recusava a gerar um filho com ela que garantisse a linhagem do primeiro marido falecido, era castigada com a morte. Um exemplo disto pode ser visto no caso de Onã. Ele casou-se com sua cunhada viúva, mas não queria “dar descendência a seu irmão” (Gênesis 38:9).
A resposta de Jesus (v29)
Jesus respondeu: Você erra, não conhecendo as Escrituras – que afirmam claramente um estado futuro; nem o poder de Deus – que criou espírito e matéria, e pode preservá-lo em existência quando o corpo é dissolvido, e também pode levantar o corpo do pó e torná-lo imortal; e que pode fazer o homem inteiro completamente feliz no conhecimento, amor e prazer de si mesmo, sem nenhum dos prazeres ou objetos deste mundo visível e temporal. Pois na ressurreição eles nem se casam, – Nosso Senhor passa a observar ainda que eles confundiram inteiramente a natureza da vida a ser desfrutada em um estado futuro: que aqueles que a alcançaram sendo como os anjos de Deus, incorruptíveis e imortais, o casamento e a procriação de uma descendência não eram mais necessários para continuar a espécie, ou manter a população do mundo espiritual.
Deus não é Deus de mortos, mas de vivos. (v.33) Oh, glória!
O fica de principal ensinamento neste bloco: Primeiro, precisamos nos esforçar para conhecer as escrituras, a palavra de Deus. Se ela é nossa única regra de fé e prática, precisamos conhecê-la. Segundo, precisamos conhecer o poder de Deus e estar debaixo desse poder.
Vamos agora para a terceira e última tentativa de derrubar Jesus.
1.3 A cerca do maior mandamento (Mt 22.34-40; Mc 12.28-34)
Baseado em Deuteronômio 6.5, o grande mandamento aparece nos sinóticos. “Ame o Senhor, o seu Deus, de todo o seu coração, de toda a sua alma e de todas as suas forças.”
Os fariseus haviam descoberto que as leis eram em número de 613, sendo que 365 proibições e 248 mandamentos positivos. Aqui temos peritos da lei, doutores, pondo Jesus à prova. (v.35). Qual é o maior mandamento?
Jesus responde fazendo do amor não apenas o grande mandamento, mas também a essência e cumprimento da lei e os profetas. Veja Mateus 5.17 “Não pensei que vim abolir a Lei e os profetas; não vim abolir, mas cumprir. ”
Toda a escritura depende destes dois mandamentos. O duplo mandamento para amar (A Deus e ao próximo) é o princípio da interpretação de toda a lei e os profetas. Significando também que ao praticarmos a lei do amor para com Deus e com o próximo, todas as leis são cumpridas, pois em essência, é o amor, o fundamento.
Você tem sido obediente a estas diretrizes de amar, apresentadas por Jesus?
Xeque–mate para os questionadores. (v.46)
O questionado torna-se o questionador, e isso com um grande propósito. Ele silenciou seus oponentes e abriu profundezas nas Escrituras até então insondáveis; ele agora os elevaria a uma teologia mais elevada; ele colocaria diante deles uma verdade sobre a natureza do Messias, que, se eles a recebessem, os levaria a aceitá-lo.
Lembremos da declaração de Pedro: “Simão Pedro respondeu: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo. ” (Mt 16.16)
Se Davi ... - Se ele era então o senhor de Davi se ele era seu superior - se ele existisse naquela época, como poderia ser descendente dele? Eles não puderam lhe responder.
Tampouco há como responder à pergunta a não ser pela admissão de que o Messias era divino e humano; que ele existia na época de Davi, e era seu senhor e mestre, seu Deus e rei, e que como homem era descendente dele.
Uma fala especial à multidão e aos seus discípulos para que não sejam como os fariseus e mestres da lei, chamados de hipócritas.
Hipócritas
Derivado de um verbo grego que significa responder, participar de um diálogo, desempenhar um papel em uma peça, o substantivo no grego clássico era usado simplesmente para um ator, um homem que desempenha um papel. Em uma passagem apenas na LXX, versão do Antigo Testamento (Jó 36.13) aparece no sentido figurado de quem finge uma virtude que não tem. Assim, ficou pronto para o uso mais amplo que os evangelistas lhe deram (não é usado por nenhum escritor do Novo Testamento, exceto Mateus, Marcos e Lucas), e passou com esse novo significado, pouco alterado na forma, primeiro para o latim e depois para a maioria das línguas da Europa moderna.
Jó 36.13 na septuaginta: “Quanto aos hipócritas de coração, ajuntarão ira contra si mesmos; no entanto não clamarão, porquanto ele os restringiu. ”
Agora, como em Mateus 15.10-14
“Jesus chamou para junto de si a multidão e disse: "Ouçam e entendam. O que entra pela boca não torna o homem ‘impuro’; mas o que sai de sua boca, isto o torna ‘impuro’ ". Então os discípulos se aproximaram dele e perguntaram: "Sabes que os fariseus ficaram ofendidos quando ouviram isso? " Ele respondeu: "Toda planta que meu Pai celestial não plantou será arrancada pelas raízes. Deixem-nos; eles são guias cegos. Se um cego conduzir outro cego, ambos cairão num buraco",
Mas aqui de forma mais completa e enfática, nosso Senhor não apenas reprova a hipocrisia dos fariseus, mas adverte a multidão contra eles. Ele apela, por assim dizer, à consciência não pervertida do povo, contra as perversões de seus guias. Em alguns pontos, como, como por exemplo em Mateus 23.16-21, apresenta um paralelo impressionante com o Sermão da Montanha (Mateus 5.33-37). Nosso Senhor encerra Seu ensino público, como começou, com um protesto contra aquela falsa casuística que substituiu as tradições dos homens pelos mandamentos de Deus.
Uma teoria diferente da prática (v3)
Somos advertidos constantemente pela palavra de Deus a tomarmos cuidado com nossa conduta ao longo da vida cristã para que a nossa prática cristã, primeira esteja em sintonia com os ensinos de Jesus, e seja reflexo do que professamos.
CONCLUSÃO
Terminamos essa lição com um capítulo inteiro do livro de Mateus. Isso é importante ser frisado pois o tema que Jesus aborda é fundamental para que tenhamos compreensão do evangelho e nossa conduta possa realmente refletir o servo fiel que Jesus tanto nos falou e nos convidou a ser. Não basta ter um belo discurso de vida cristã. Nossa prática de vida precisa refletir os ensinos de Jesus e quando olharem para nós muitos desejem nos imitar. Sejamos exemplos de servos e servas fiéis que vivem nesse mundo, mas que sabem que daqui não são e por isso buscam em primeiro o reino de Deus e a sua justiça.
Não sejamos como os exemplos negativos que vimos nesta lição, mas olhando para Jesus o autor e consumador da nossa fé, vivamos o evangelho em sua essência, buscando cada vez mais agradar a Deus com nosso testemunho.
Autores:
:: Pr. Gilberto Martins
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Referências bibliográficas
- Bíblia Sagrada _ Nova Versão Internacional, 2ª. Edição: Geográfica, 2000.
- https://biblehub.com/commentaries/matthew/22-45.htm
- Comentário Bíblico de Broadman: Novo Testamento. Vol 8. Editor geral: Cliffon J. Allen. Tradução de Adiel Almeida de Oliveira. 3a. edição. Rio de Janeiro, JUERP, 1886.
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