A Vida De Nosso Senhor • Pr. Gilberto Martins

Lição 01 • Módulo III
Publicado em 27/02/2021

LINK DO QUIZ:

https://bit.ly/VemSerIgreja-EBD-QUIZ-L1-M3

 

ESTUDO CRONOLÓGICO DO NOVO TESTAMENTO

1ª Parte - A VIDA DE NOSSO SENHOR

Período  5 aC até 29 dC

 

 1 – Introdução 

É com muito prazer que iniciamos mais um módulo na nossa escola. Falar sobre o Senhor Jesus Cristo deve ser motivo de grande alegria para todos os cristãos. Nosso objetivo é, ao longo das lições do módulo III, permitir se não a todos, a grande maioria, a tríade abaixo.

“O homem deve LER a Bíblia para ser sábio, CRER na Bíblia para ser salvo, e PRATICAR a Bíblia para ser santo.”  (A Bíblia através dos séculos - Antonio Gilberto)

 

Ler para ser sábio / Crer para ser salvo / Praticar para ser santo

 

 

Uma tríade, na música, refere-se ao conjunto de 3 notas musicais que estruturam a formação de um acorde. À Harmonia musical baseada em tríades dá-se o nome de Trifonia, sendo também comum chamá-la de Harmonia Triádica ou Harmonia Trifônica. Wikipédia

Nos módulos I e II estivemos considerando contextos religiosos, políticos, filosóficos e sociais que certamente nos ajudarão a entender e aprofundar nossos estudos no novo testamento. Faz-se necessário que o estudante do Novo Testamento tenha em mente que entender o mundo da época é fundamental para compreensão das verdades apresentadas na palavra de Deus e situações que para nós, principalmente ocidentais, que encontramos na palavra de Deus poderá se apresentar com dificuldades para associações. Jesus fez muito uso de parábolas e sem entender a “cabeça” do judeu do primeiro século, vamos ter dificuldades nas devidas aplicações.

 

1. PREFÁCIO AOS EVANGELHOS SINÓTICOS

Definição: A origem do termo“sinótico” é grega oriunda de duas palavras: syn (“junto”) e opsis (“ver”).

Origem do termo: Em 1776, um pesquisador alemãochamado J.J. Griesbach publicou, em Halle, a obra Synopsis evangeliorum (Sinopse dos evangelhos). Foi a primeira vez que se utilizou o termo “sinótico” aosescritos dos três primeiros evangelhos. A ideia de Griesbach era a de elaborar uma edição de Mateus, Marcos e Lucas, que permitisse abranger “os três num único olhar.

 

  • Mateus começa pela genealogia (Mt 1.1)

Mateus começa seu evangelho de uma maneira incomum. Ele começa com uma lista de nomes que à primeira vista não parece ser a leitura mais interessante. Embora os leitores modernos possam ser incomodados pelos nomes difíceis de ler, todos os leitores hebraicos ficariam fascinados com os detalhes alinhados com sua própria história sagrada.

 

A genealogia vai de Abrão à José.

 

Mateus apresenta Jesus a seus leitores judeus provando a pureza da linhagem. Ele começa com “Registro da genealogia de Jesus Cristo, filho de Davi, filho de Abraão”. (Mateus 1.1)

Um judeu escrevendo para judeus.

 

Jesus Cristo. - A colocação de nomes não era tão comum quando  Mateus escreveu como agora nos parece. Havia muitos que carregavam o nome de Jesus - por exemplo, Jesus o filho ou Sirach, Jesus de sobrenome Justus (Colossenses 4.11), possivelmente até mesmo Jesus Bar-abbas (Mateus 27.17). Era necessário afirmar que a genealogia que se seguia era a de Jesus o Messias, o verdadeiro “ungido” do Senhor.

O filho de David. —Este, é claro, foi adicionado como o mais popular de todos os nomes do Cristo esperado, pertencente tanto a escribas quanto a rabinos (Mateus 22.42), a crianças (Mateus 21.9) e aos pobres (Mateus 15.22; Mateus 20.30).

O filho de Abraão. —Não há razão para pensar que este tenha sido um título especialmente messiânico. Se houver algum significado especial em sua ocorrência aqui, é como enfatizar aquilo que o Messias tinha em comum com outros israelitas. Ele era assim como um irmão de todos eles, até mesmo do desprezado publicano (Lucas 19.9), como sendo a semente de Abraão, em quem todas as nações da terra seriam abençoadas (Gênesis 22.18). O primeiro pensamento aparece em outro livro especialmente escrito, como este Evangelho, para Hebreus - “Sobre a semente de Abraão ele lançará mão” (Hebreus 2.16).

 

  • Marcos começa informando sobre o evangelho (Mc 1.1)
  • O início do evangelho. —As palavras iniciais são interessantes por apresentarem um estágio de transição na história da palavra Evangelho, entre seu sentido anterior, como significando geralmente as “boas novas” do reino de Deus ( Marcos 1.14; Mateus 4.23; Mateus 9.35 ), e o sentido posterior, como um livro registrando os principais fatos da vida e obra de nosso Senhor. Em 1Coríntios 1.1 , 2Timóteo 2.8 , onde claramente inclui uma narrativa de algum tipo, temos um exemplo de transição semelhante.

Obs (1).: “Princípio do evangelho”. Essas palavras significam, não o título do livro, mas o início da narrativa; e assim eles dependem do que se segue, a saber, "como está escrito" ( καθῶς para ὠς), "mesmo como está escrito." As palavras "o evangelho de Jesus Cristo", não significam o livro que Marcos escreveu, mas o ensino evangélico de Jesus Cristo. Marcos significa que o anúncio do evangelho por Jesus Cristo teve um início como havia sido predito por Isaías e Malaquias, a saber, a pregação de João Batista, e seu testemunho a respeito de Cristo, a ser totalmente exposto pela pregação e pela morte de Cristo. A pregação do arrependimento pelo Batista foi a preparação e o início da pregação evangélica de Cristo, da qual João foi o precursor. Tem sido bem observado que Mateus e João começam seus Evangelhos do próprio Cristo; mas Mateus do humano, e João do Divino, geração de Cristo. Marcos e Lucas começam com João Batista; mas Lucas de seu nascimento, e João de sua pregação. As palavras, o Filho de Deus , são corretamente retidos na Versão Revisada, embora sejam omitidos por algumas autoridades antigas. (Marcos 1.1)

 

Obs.: (2) Curiosamente, a palavra grega para “evangelho”, euangelion, foi originalmente usada para descrever as “boas novas” da vitória militar trazida de um mensageiro ao seu comandante. Em seguida, passou a significar simplesmente uma mensagem “boa”. Os escritores do Novo Testamento escolheram esta palavra para descrever as “Boas Novas” de Jesus Cristo e Sua salvação.

 

Obs.: (3) O termo Gospel significa Evangelho, em português. Gospel é o diminutivo de “God Spell”, ou seja, Palavras de Deus, que pode significar também boas notícias, boas novas, e etc. O termo surgiu nos Estados Unidos no cotidiano dos cultos de adoração ao Senhor. Gospel surgiu como um tipo de canto das comunidades negras nos Estados Unidos, e era um ritmo dos cultos que possuía uma melodia simples, e era mesclado com músicas folclóricas e um pouco de blues.

  • O Filho de Deus. —Isso também é significativo quanto à fé da Igreja na época em que Marcos escreveu. Ele, de quem fala, não era apenas um profeta ou justo, mas era, no sentido mais elevado que se poderia atribuir às palavras, o Filho de Deus. Se pensarmos que Marcos reproduz o ensinamento de Pedro, não podemos deixar de conectar as palavras, assim colocadas, como estão, no próprio título de seu Evangelho, com a confissão do Apóstolo em Mateus 16.16.
    • Lucas começa falando sobre seu trabalho de pesquisa sobre Jesus e o destinatário do seu trabalho (Lc 1.1-4)

Téofilo é o nome ou título honorífico da pessoa mencionada no Evangelho de Lucas (Lucas 1.3) e nos Atos dos Apóstolos (Atos 1.1). Considera-se que ambos os livros foram escritos pelo mesmo autor num estilo refinado do grego koiné e o nome "θεόφιλος" (Theóphilos), neles citado, significa "amigo de Deus"[1], "amado por Deus" ou "amando a Deus"[2] em grego clássico.

 

2. PREFÁCIO AO EVANGELHO DE JOÃO

O prólogo de João traça o mesmo paralelo entre a atuação de Deus na primeira criação e na nova criação.

 

* Prólogo é um termo que provém da língua grega e que se refere a um pequeno discurso que antecede o corpo de uma obra escrita. Trata-se, portanto, da primeira parte de um livro.  O prólogo pode ser escrito pelo autor do corpo principal do livro ou por outra pessoa.

 

Estudando os evangelhos, costumamos distinguir o evangelho de João dos demais, que chamamos de sinóticos, porque esses nos dão, no ponto de vista de Pedro (de quem Marcos era escriba), Mateus e Lucas, uma narrativa histórica, relativamente linear da vida do nosso Senhor Jesus.

O evangelho de João não tem essa mesma ênfase. Não que ele não se importe com os detalhes biográficos da vida de Jesus, mas quase dois terços desse evangelho concentra o foco nas últimas semanas do ministério de Cristo nessa terra. Com isso ele nos mostra o centro do ministério de Cristo e, portanto, o clímax da história de todo o Cosmos na obra expiatória de Jesus no monte do Calvário.

Por que então, João não inicia o evangelho da mesma forma que Mateus e Lucas, narrando as circunstâncias do nascimento de Jesus, mas começa num ponto quando Ele já era adulto? João faz isso, por divina inspiração, para estabelecer as credenciais de Jesus, ou seja, dizer onde Ele estava desde o princípio e assim dar testemunho da Sua natureza.

 

3. DUAS GENEALOGIAS DE JESUS CRISTO

    • Mateus
      • Usa uma genealogia ascendente (de Abraão à Jesus)
      • Segue a linha genealógica de José, pai legal e não biológico.
      • Está falando aos hebreus por isso começa a genealogia por Abraão. Os judeus valorizam a descendência de Abraão.

"Abraão é o nosso pai", responderam eles. Disse Jesus: "Se vocês fossem filhos de Abraão, fariam as obras que Abraão fez.” (Jo 8.39)

 

  • Lucas
    • Usa uma genealogia retrocedente (de Jesus à Adão)
    • Segue a linha genealógica de Maria, parente sanguíneo de Jesus.
    • Está falando a um povo culto, os gregos, cujo ideal era o homem perfeito, fez com que o seu livro focalizasse a pessoa de Cristo como a expressão desse ideal.

 

A Bíblia não explica por que as duas genealogias de Jesus são diferentes. As genealogias de Mateus e Lucas estão em acordo de Abraão a Davi, mas têm registros diferentes depois do rei Davi. A genealogia de Mateus traça os antepassados de Jesus através da linhagem real, dos descendentes de Salomão, herdeiro do trono de Davi. Mas a genealogia de Lucas traça sua descendência através de Natã, outro filho de Davi.

Lucas 3.23 (Natã)                   Mateus 1.6 (Salomão)

 

A maioria dos estudiosos bíblicos acredita que Lucas esteja registrando a genealogia de Maria, e Mateus a de José. Mateus está seguindo a linhagem de José (pai legal de Jesus), através de Salomão, filho de Davi; enquanto que Lucas está seguindo a linhagem de Maria (parente sanguíneo de Jesus), através de Natã, filho de Davi. Não existia uma palavra grega para "genro", e José teria sido considerado um filho de Heli por ter se casado com Maria, filha de Heli. Por ambas as linhagens, Jesus é um descendente de Davi e, portanto, qualificado para ser o Messias. Registrar a genealogia através do lado materno era incomum, assim como o nascimento virginal. A explicação de Lucas é que Jesus era filho de José, “como se cuidava” (Lucas 3.23).

 

Mateus pula Joás e Amazias e todos os reis depois de Josias.

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