Lição 05 • Módulo III
Publicado em 28/03/2021
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ESTUDO CRONOLÓGICO DO NOVO TESTAMENTO
1ª Parte - João Batista apresenta o Cristo.
Dezoito anos haviam se passado desde nascimento de Joao batista até os evangelistas voltarem a falar dele. O último dos profetas, e aquele designado para ser o preparador do caminho do messias. Por um longo período de tempo Israel ficou sem ouvir uma voz profética. Porém, esse tempo chegou ao fim. Mas, quem é esse homem? Em que tempo ele surgiu? E qual era o conteúdo da sua mensagem?
1. O aparecimento de João Batista - Lucas 3.1-2
a) O tempo.
Lucas, comprometido em oferecer uma exposição detalhada acerca da vida e do ministério de Jesus, e por ser um exímio historiador, cita sete personagens para descrever o tempo de maldade e corrupção moral em que João começou a pregar. Cinco deles eram autoridades políticas e dois eram autoridades religiosas. A aparição de João Batista é o momento em que a história muda, e muda profundamente.
b) O imperador.
Tibério César (14 a 37 d.C.) era filho adotivo e o sucessor de César Augusto (31 a.C. a 14 d.C.). Assumiu o governo por volta do ano 14 d.C. Consequentemente, o ano 15° do seu reinado é 29 d.C. A expressão César Tibério aqui em Lucas 3 e o nome César Augusto em Lucas 2 lembram que naquele tempo a Palestina não era um Estado soberano, mas pertencia ao Império Romano. Tibério César é aquele de quem o Salvador afirmou: Daí a César o que é de César. Era sua efígie que Jesus constatou na moeda que lhe fora mostrada (Lc 20.24).
c) Governador da Judéia, Pôncio Pilatos.
Roma, preocupada com os constantes problemas na Judeia, instalou ali um procurador ou governador romano. Assim foi que os romanos começaram a governar diretamente sobre a Judeia. Nesse momento, era governador Pilatos, que esteve no poder desde 25 d.C. até 37 d.C.
d) A família Herodiana.
Depois que Herodes, o Grande, morreu por volta do ano 4 a.C., seu reino foi dividido entre quatro de seus filhos. O título tetrarca significa literalmente governador de uma quarta parte. Assim, ele: 1) deu a Galileia e a Peréia a Herodes Antipas, que reinou do ano 4 a.C. a 39 a.C. Jesus viveu seus dias na Galileia sob o governo desse Herodes; 2) deu a Itureia e Traconites a Herodes Filipe; 3) deu Abilene, que fica ao norte das demais regiões mencionadas, a Lisânias; 4) deu a Judeia, a Samaria e Edom a Arquelau.
e) A religião.
Lucas relata a situação religiosa e coloca a aparição de João no momento em que Anás e Caifás eram sumos sacerdotes. Por que Lucas menciona dois sumos sacerdotes, se a lei só permitia um? O sumo sacerdote era ao mesmo tempo o cabeça civil e religioso da comunidade. Era um cargo hereditário. Barclay diz que, com a chegada dos romanos, esse posto era objeto de todo tipo de intrigas. O resultado foi que, entre os anos 37 a.C. a 26 d.C., houve mais de 28 sumos sacerdotes em Jerusalém. Anás foi sumo sacerdote entre os anos 7 a 14 d.C. e acabou deposto pelo governador romano Grato. Foi sucedido por nada menos que quatro de seus filhos. Caifás, o sumo sacerdote reinante, era seu genro. Apesar de deposto, Anás era considerado autoridade pelo povo e ainda detinha o poder.
2. O homem chamado João Batista. (Lucas 3.3-6).
João Batista João era filho do sacerdote Zacarias e de Isabel, descendente de Aarão. Por mais que seu pai fosse um sacerdote, João trilhou o caminho da pregação e desde sua concepção, carregava consigo o peso de ser aquele que prepararia o caminho do senhor. Era um homem estranho, com roupas estranhas e um cardápio estranho.
3. A mensagem de João Batista (Lucas 3.7-14)
João apareceu no lugar inusitado do deserto da Judeia, trazendo consigo uma mensagem completamente diferente daquela pregada em seu tempo. João conclamava o povo ao arrependimento, a mudança de vida e o Batismo. Entretanto, não se bastava apenas a confissão com os lábios, mas se fazia necessário frutos dignos de arrependimento. João não pregou o que ele quis, o que ele inventou, o que os escribas e fariseus disseram. Ele não pregou uma corrente de pensamento positivo e nem mesmo uma linha doutrinária formulada pelos doutores da época. Ele pregou a palavra. Ele voltou a atenção do povo para as Escrituras. A pregação de João produziu profundas mudanças. Os montes foram nivelados, os vales aterrados, os caminhos tortos endireitados e as veredas escabrosas aplainadas. João era o engenheiro de trânsito do reino. Ele veio para preparar o caminho do Senhor. Antes de os reis chegarem às províncias distantes do império, enviavam seus engenheiros para preparar o caminho. Montes e vales precisam virar planície. Caminhos tortos e fora do lugar precisam ser endireitados e aplanados. O verdadeiro arrependimento remove os montes da soberba, aterra os vales do desespero, endireita os caminhos tortos do pecado e da hipocrisia e coloca no lugar todas as áreas da vida que estão fora do propósito de Deus
a) Seu público.
Mateus menciona os fariseus e os saduceus como os ouvintes de João, mas Lucas menciona as multidões. João pregou para as multidões. Pregou para os escribas e fariseus. Pregou para Herodes. Pregou para os publicanos. Pregou para os soldados. Pregou para todas as classes sociais. Não importa o status, não importa a profissão, todos precisam igualmente do evangelho. O evangelho não é seletivo. A igreja não é seletiva. Pobres e ricos, militares e civis, religiosos e funcionários públicos, patrões e empregados - todos são pecadores. Todos precisam se arrepender. Todos carecem da graça.
2) As reações a pregação.
O apelo não partiu do pregador para os ouvintes, mas dos ouvintes para o pregador. As multidões, os publicanos e os soldados perguntaram a João o que deviam fazer, como deveriam agir. João, de modo claro e prático, indicou a cada grupo quais ações demonstrariam o fruto de seu arrependimento. A solidariedade e a honestidade não são o arrependimento em si, mas evidências dele.
3. Apresentando o Cristo (Lucas 3.15-18; Jo 1.29-31)
João Batista sabe que não é o Messias. Ele não quer ocupar o lugar do noivo. Não se sente mais importante do que é. Seu princípio é: “Convém que ele cresça e que eu diminua”. Sua postura é: “Eu não sou digno de desatar as correias de suas sandálias”. Seu papel é apresentar Jesus e sair de cena. Ele é a voz, e não a mensagem. Ele testifica da luz, mas não é a luz. Ele aponta para o Cordeiro, mas é não o Cordeiro. Ele testemunha da vida, mas não é a vida.
a) Jesus é o Cordeiro de Deus (1.29)
Embora a figura do Cordeiro possa apontar para a mansidão de Jesus, esse não é o foco de João Batista. Sua ênfase está em Jesus ser o sacrifício escolhido por Deus para expiar nossos pecados. Jesus é o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. John Charles Ryle diz corretamente que Jesus é o cordeiro mencionado por Abraão a Isaque no monte Moriá como provisão de Deus (Gn 22.8). Jesus é o cordeiro que Isaías disse que seria imolado (Is 53.7). Jesus é o verdadeiro cordeiro Pascal, do qual o cordeiro no Egito imolado (Êx 12.5).
b) A natureza da missão de Jesus.
O Cordeiro de Deus veio para tirar o pecado do mundo. A salvação não é apenas para um povo, mas para todos os povos. O mundo aqui engloba todos, sem distinção de raça, religião ou cultura. O Cordeiro é o Salvador do mundo. Jesus é o Cordeiro suficiente para uma pessoa (Gn 22). É o Cordeiro suficiente para uma família (Ex 12). É o Cordeiro suficiente para uma nação (Is 53). E o Cordeiro suficiente para o mundo inteiro (1.29). Ele é o Cordeiro que foi morto e comprou com o seu sangue os que procedem de toda tribo, raça, povo, língua e nação (Ap 5.9).
Conclusão
João Batista, aquele que foi considerado por Jesus como o maior entre os nascidos de mulher. Uma vida consagrada a Deus, uma mensagem que não só confrontava com a lei, mas que também era regada pela esperança da graça de Deus. Esse é João Batista uma vida que inspira, um ministério que que nos deixa boquiaberto, um verdadeiro exemplo.
Autores:
:: Pr. Gilberto Martins
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:: Pb. Ivan Pisani |
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:: Leandro Rangel
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