Jesus o Bom Pastor • William Pessanha

Lição 03 - Módulo IV - 21NOV2021
Publicado em 21/11/2021

A VIDA DE NOSSO SENHOR 
EBD – Lição 03– Módulo IV – 21.NOVEMBRO.2021
Jesus o Bom Pastor
ESTUDO CRONOLÓGICO NOVO TESTAMENTO


O ministério de Jesus já tomou uma proporção gigantesca em todas as regiões da nação de Israel e em suas fronteiras. E por causa disso cada atitude e fala de Jesus tem gerado muitos conflitos com os religiosos da época. Porém, cada conflito desse é uma oportunidade para uma revelação de quem Jesus é.
Esse capítulo dez está interligado ao capítulo 9 de João. Jesus havia curado um cego de nascença e esse milagre gerou uns grandes conflitos. Sendo assim, esses discursos do capítulo 10 tem alguns objetivos.

Primeiro, censurar a maneira como os fariseus trataram o homem a quem Jesus dera a visão;
segundo animar o ex-cego em sua fé e confiança;
terceiro, salientar o ministério amoroso e Salvador de nosso Senhor.

Nesse tão famoso discurso Jesus se revela, não como pão, como água, como luz, mas como o bom pastor. 

• O bom pastor (Jo 10.1-21)
O Antigo Testamento frequentemente se refere a Deus como pastor e ao povo como rebanho (SI 23.1; 77.20; 79.13, 80.1; 95.7; 100.3; Is 40.11). F. F. Bruce afirma que essa parábola deve ser lida observando o pano de fundo de Ezequiel 34. Ali, Deus e o pastor do seu povo e nomeia pastores subordinados para cuidar do seu rebanho. Mas esses pastores, como o pastor inútil de Zacarias 11.17, alimentam-se das ovelhas, em vez de alimentarem as ovelhas.
Longe de cuidar das ovelhas, esses pastores se omitiam e sacrificavam as ovelhas, arrancando-lhes a lã e comendo-lhes as carnes. Esses pastores indignos são expulsos, e Deus mesmo cuidará de apascentar suas ovelhas. Deus entregara suas ovelhas a alguém digno de confiança: E sobre elas levantarei um só pastor, o meu servo Davi, que cuidará delas e lhes servirá de pastor (Ez 34.23). Essa é uma referência inequívoca ao Messias, da linhagem de Davi (Ez 34.24,25).
Uma pessoa que fala como Jesus nessa parábola do bom pastor está dizendo, indiretamente, ser ele mesmo o Messias dravídico.

Como era a prática pastoril no tempo de Jesus?
Na Judeia, lugar de montanhas e vales, havia poucos lugares seguros com pastos suficientes para as ovelhas. Os pastores saíam com seus rebanhos e à noite precisavam colocar essas ovelhas no aprisco, um lugar seguro para protegê-las dos lobos e hienas. Havia dois tipos de aprisco.
No inverno, havia um grande aprisco para onde vários pastores levavam seus rebanhos. Esse aprisco tinha uma porta forte que ficava trancada, e a chave era confiada ao porteiro. No dia seguinte, o pastor chamava suas ovelhas e saía com elas em busca de pastos verdes e águas tranquilas. No verão, os pastores ficavam com seus rebanhos nos campos e os recolhiam a um pequeno aprisco de pedras.
Esse aprisco tinha uma abertura por onde as ovelhas entravam e saíam, e o próprio pastor era a porta. Jesus está se referindo a esses dois apriscos.
No primeiro aprisco (10.1-3), os ladrões tentavam roubar as ovelhas subindo as paredes.
No segundo aprisco, o próprio pastor servia de porta para as ovelhas. Jesus disse: Eu sou a porta das ovelhas (10.7).

Quais são as características do verdadeiro Pastor?
Primeiro lugar, para o pastor, o porteiro abre a porta. Ele é legítimo. Tem credenciais. E o dono das ovelhas cujo trabalho é cuidar das ovelhas. 

Segundo, as ovelhas conhecem a sua voz. Distinguem sua voz da voz dos estranhos. O pastor tem cheiro de ovelhas. Ama as ovelhas e tem intimidade com elas. 

Terceiro, o pastor conhece cada ovelha particularmente e chama cada uma pelo seu nome. O relacionamento do pastor com as ovelhas é individual. Ainda que seu rebanho seja numeroso, ele conhece cada ovelha pelo nome. 

Quarto, o pastor conduz suas ovelhas para fora do aprisco. Leva-as para os campos verdes e as águas tranquilas. Guia suas ovelhas nas veredas da justiça. Mesmo quando atravessa com elas o vale da sombra da morte, jamais as desampara; ao contrário, consola-as com seu cajado e bordão. Mesmo nos desertos mais cáusticos, prepara para elas uma mesa e, diante de seus inimigos, unge sua cabeça com óleo. 

Quinto, o pastor vai adiante das ovelhas. Jesus lidera; ele não induz! Vai adiante para abrir o caminho, para afugentar os predadores, para livrar suas ovelhas de perigos. O pastor não toca as ovelhas como um vaqueiro toca o gado, empurrando-o; o pastor é um guia. 

Sexto, o pastor é seguido pelas ovelhas. Elas não seguem estranhos; seguem apenas o pastor.

Observe comigo também que em meio aos contrates Jesus agora contrasta A porta com os ladrões e salteadores. 

Jesus é a porta das ovelhas e por isso:

primeiro lugar, Jesus é a porta da salvação (10.9). Eu sou a porta. Se alguém entrar por mim, será salvo [...]. Jesus é a porta da salvação, a porta do céu. Há uma porta larga que conduz à perdição, mas só Jesus é a porta da salvação. Só Jesus é a porta do céu. Ninguém poderá entrar na bem-aventurança senão por Jesus. Ninguém poderá ir ao Pai senão por Jesus.

Em segundo lugar, Jesus é a porta da libertação (10.9). [...] Entrará e sairá [...]. Há portas que conduzem à escravidão, mas Jesus é a porta que conduz à liberdade. Quem entra pela porta que é Jesus entra e sai. As ovelhas de Cristo são livres. Deus nos chamou para a liberdade.

Em terceiro lugar, Jesus é a porta da provisão (10.9). [...] e achará pastagem. Quem entra pela porta que é Jesus encontra pastagem. Nele há provisão farta e vida abundante. A nossa provisão espiritual é encontrada em Cristo. Ele é o nosso alimento. Ele é o pão da vida. Ele é a água da vida. O legalismo farisaico estava matando as pessoas; mas quem vai a Jesus encontra uma vida maiúscula, superlativa e abundante.

Quais são as características dos ladrões e salteadores?
Primeira, quanto ao seu ofício, os ladrões e salteadores não têm legitimidade (10.8). Os que vieram antes de Cristo são ladrões e salteadores. E, obviamente, Jesus não está se referindo a João Batista nem aos profetas, pois estes apontaram para Jesus e foram fiéis em seu ministério. É claro que Jesus está falando sobre os líderes que, em vez de conduzirem as ovelhas em segurança ao aprisco de Deus, afugentaram as ovelhas como os fariseus fizeram com o homem que foi expulso (9.34). Os fariseus, chamados por Jesus de filhos do diabo, agiam como o ladrão que vem roubar, matar e destruir (10.10). 

Segunda, os ladrões e salteadores quanto à sua ação são devastadores (10.10). O ladrão vem somente para roubar, matar e destruir [...]. Em primeira instância, o ladrão aqui é o fariseu (10.1). Esses líderes religiosos matavam e destruíam as pessoas que eles tinham roubado (Mt 23.15).6 O ladrão não tem outra agenda a não ser roubar, matar e destruir. Ele vem somente para isso. Esse é um retrato imediato dos fariseus. Também aponta para todos os líderes religiosos que oprimem e destroem o povo em vez de apascentá-lo. Essa é uma descrição clara do próprio diabo, inspirador de todos os falsos pastores.

Jesus o bom Pastor.
Jesus faz agora o terceiro contraste entre o bom pastor e o mercenário.

Em primeiro lugar, o bom pastor sacrifica-se pelas ovelhas (10.11,15b). Jesus não é apenas pastor. Ele é o bom pastor. O bom pastor não é aquele que oprime, explora e devora as ovelhas, mas aquele que dá a vida por elas.
ele se deu sacrificial mente. Ele não amou suas ovelhas apenas de palavras. Verteu seu sangue pelas ovelhas. Não havia outro meio mais ameno. Não havia outro caminho de salvação. Para salvar suas ovelhas, a lei de Deus que foi violada precisava ser obedecida. A justiça de Deus ultrajada precisava ser satisfeita. Somente o sacrifício de Cristo, o bom pastor tem uma voz poderosa (10.16). Quando uma ovelha pela qual Jesus, o bom pastor, verteu o seu sangue ouve e atende à voz do evangelho, Jesus a conduz ao aprisco. O evangelho é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê. A eleição divina, longe de ser um desestimulo à pregação, é a garantia do seu sucesso.

• Cristo na Festa da Dedicação (instituída no tempo dos Macabeus) (Jo 10.22-38)
Celebrava-se em Jerusalém a festa da Dedicação. A cidade de Jerusalém estava apinhada de gente, e o templo era buscado por todos. Destacamos aqui quatro pontos a respeito. 

Em primeiro lugar, a ocasião (10.22). Era a festa da Dedicação. Multidões rumavam para a cidade de Jerusalém. Essas festas eram sombras da realidade que haveria de vir. Todas apontavam para a era messiânica. 

Em segundo lugar, o local {l0.23). Jesus estava passeando no templo, no pórtico de Salomão, o mesmo local onde os apóstolos mais tarde ensinariam (At 3.11). Jesus não era um eremita. Ele estava onde o povo estava. Aproveitava as oportunidades para ensinar o povo. 

Em terceiro lugar, a pergunta inquietante (10.24). Jesus já havia feito muitas declarações perturbadoras para os judeus: Eu sou o pão da vida. Eu sou a luz do mundo. Eu sou o bom pastor. Mas ainda não havia dito a eles claramente, como dissera à mulher samaritana, “Eu sou o Messias”. Esse era o ponto decisivo. Eles esperavam o Messias. Em quarto lugar, a resposta esclarecedora (10.25,26). Jesus reprova a incredulidade dos judeus, respondendo-lhes que já havia dito para eles quem era, e que as obras que ele fazia

Jesus até esse momento não havia falado especificamente sobre as ovelhas. Diante disso, ele passa a dar as características dessas ovelhas e seus privilégios.

Em primeiro lugar, as ovelhas ouvem a voz do pastor (10.27). Não ouvem a voz de estranhos, mas a voz do pastor. A graça é irresistível. Os que são de Cristo ouvem as palavras de Cristo. Os que são de Deus ouvem a voz de Deus. Um dia, você ouviu a voz do pastor e atendeu a ela. Você ouviu uma mensagem. Você leu um folheto. Você foi tocado por uma passagem das Escrituras, e o Espírito Santo abriu seu coração. O Espírito Santo plantou em você a divina semente. O Espírito Santo regenerou você. Você então atendeu ao chamado e respondeu com arrependimento e fé. Você foi justificado e selado com o Espírito Santo.

Segundo, as ovelhas recebem vida eterna (10.28). A vida eterna não é uma conquista das obras, mas uma oferta da graça. E um presente concedido pelo pastor. As bênçãos da ovelha de Cristo não são apenas terrenas, mas também celestiais. Não são apenas temporais, mas também eternas. Não são apenas para agora, mas também para a eternidade.

Jesus deixa claro que ele é o filho de Deus

Em meio a toda essa confusão, Jesus dá a sua declaração final na qual ele fala da sua relação com o pai, sua intimidade com o Pai. Seria Jesus o filho de Deus? Ele pode provar isso?

Em primeiro lugar, pela sua natureza (10.30). Eu e o Pai somos um. Quando Jesus disse que ele e o Pai são um, não quer dizer que são a mesma pessoa, mas que são da mesma essência. Jesus é o Verbo eterno, pessoal e divino que se fez carne. 

Em segundo lugar pelas Escrituras (10.34-38). Jesus lança mão das Escrituras para selar seu argumento de que não está blasfemando ao se apresentar como o Filho de Deus, pois o Pai o santificou e o envio ao mundo para fazer suas obras. E reafirma categoricamente: [...] o Pai está em mim e eu no Pai (10.38). Mais uma vez, a reação dos judeus é hostil. Em vez de crerem em Cristo, resolveram prendê-lo, mas Jesus se livrou de suas mãos (10.39).

CONCLUSÃO
Em mais um debate com os Religiosos Jesus nos revelou que que ele e não outro é de fato o bom pastor. Que ama cuida protege e disciplina. Ele se retira, sabendo que aqueles que se achavam iluminados, eram mais cegos do que o cego de nascença e não eram suas ovelhas.
Diante dessas verdades precisamos nos perguntar: somos ovelhas do BOM Pastor?
Será que já ouvimos a sua voz?

 

 

 

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