Parábolas que ensinam • Pr. Gilberto Martins

Lição 07 - Módulo IV - 19DEZ2021
Publicado em 19/12/2021

A VIDA DE NOSSO SENHOR (parte 2)
EBD – Lição 07– Módulo IV – 19.DEZEMBRO.2021
Parábolas que ensinam
ESTUDO CRONOLÓGICO NOVO TESTAMENTO

Na lição anterior vimos na conclusão que a volta de Jesus se aproxima, embora não saibamos o dia e a hora. O Justo Juiz virá e Paulo quando escreve  a Timóteo em sua segunda carta diz: “Eu já estou sendo derramado como uma oferta de bebida. Está próximo o tempo da minha partida. Combati o bom combate, terminei a corrida, guardei a fé. Agora me está reservada a coroa da justiça, que o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia; e não somente a mim, mas também a todos os que amam a sua vinda.” (2ªTm 4.6-8). Isso deve servir de estímulo para que busquemos cada vez mais estarmos ligados no reino de Deus e fazendo o que agrada a Deus.


Jesus cura uma mulher no sábado (Lc 13.10-17)
A questão do sábado era uma situação contínua de controvérsia entre Jesus e seus opositores. Este milagre aconteceu sem que fosse solicitado. Só Lucas registra tal milagre. A narrativa divide-se em duas partes: O milagre e o ataque encoberto do chefe da sinagoga, com a defesa de nosso Senhor.

O milagre (10-13)  = Não há indicação de que a mulher acreditava em Jesus, nem sequer de que o conhecia. Segundo Lucas, ela tinha um espírito que a mantinha doente havia dezoito anos. Ela andava encurvada e de forma alguma podia endireitar-se. O próprio Jesus tomou a iniciativa e a declarou curada.

A cura irritou o chefe da sinagoga (14-17) O chefe da sinagoga era o oficial responsável pela ordem do culto na sinagoga.Selecionaria, por exemplo, os que dirigiriam as orações, que estariam lendo as Escrituras, e quem pregaria. Era portanto um homem de eminência na comunidade.

Lucas enfatiza que a cura foi em um sábado. Além de ser no sábado, o que para os religiosos seria um ato indevido em função do quarto mandamento (lembra-te do dia do sábado para santificá-lo _ Ex 20.8), pode ser que o chefe da sinagoga achou que Jesus havia invadido uma prerrogativa dele, pois ele dirigia o que acontecia na sinagoga, e a cura foi realizada sem referência a ele. É interessante que ele não se dirige a Jesus, mas sim ao povo

É interessante que Jesus usa o plural, hipócritas. Isso não só critica o chefe da sinagoga, mas também todos aqueles que concordam com ele. Depois disso ele coloca algo que confrontaria tremendamente tais pessoas. Atividades que eles praticavam no sábado com animais estava sendo mais importante que ações com uma filha de Abraão a quem satanás mantinha presa por dezoito longos anos.

O efeito das palavras de Jesus foi duplo. Todos os adversários de Jesus se envergonharam e o povo se alegrava.

Eu costumo dizer que pessoas são mais importantes que coisas e isso precisa ficar evidente quando precisamos viver os preceitos do Reino de Deus na caminhada cristã. Quando não aplicamos esses conceitos podemos cercear muitos milagres na vida de alguns.


Diversas parábolas e discursos
O Reino de Deus é comparado a um grão de mostarda e ao fermento na massa (Lc 13.18-21)
Aqui está o progresso do evangelho predito em duas parábolas, como em Mt 13, sendo que aqui o grão de mostarda vai produzir uma árvore tão especial, que as aves do céu vão fazer ninhos em seus ramos.

A parábola do "fermento" apresenta, talvez, o crescimento interno do reino, enquanto "a semente de mostarda" parece apontar principalmente para o exterior. 

Foi com triste ironia que Jesus comparou o reino de Deus naqueles dias a este pequeno grão. O reino de Deus na terra então era composto de Jesus e seus poucos seguidores vacilantes. Aos olhos de muitos, parecia impossível que este pequeno movimento pudesse mexer com o mundo, pudesse se tornar uma sociedade de dimensões poderosas. "Veja", disse Jesus, pegando um pequeno grão de mostarda; "isso parece que algum dia se tornaria uma árvore com galhos espalhados sobre a qual os pássaros poderiam descansar? O reino de Deus é como esta semente." Lucas 13.19.

Enquanto o grão de mostarda dizia respeito à expansão do reino por todo o mundo, a do fermento trata mais do seu poder transformador. Onde era comum fazer pão em casa, as pessoas entenderiam a lição mais facilmente do que nós hoje.


A porta estreita (Lc 13.22-30)
Aqui podemos observar que haverá muitas surpresas quanto a membresia do reino.

(23) Resta-nos conjecturar a que classe pertencia o questionador e que sentimentos motivaram a pergunta. Ele estava pensando na salvação no sentido cristão mais elevado do termo, ou na segurança daquela destruição de que Cristo havia falado como vinda sobre o povo impenitente? Na mente do questionador, as duas coisas podem ter sido combinadas, mas a resposta aponta claramente para a primeira.

(24) Esforce-se - literalmente, "agonize". A palavra é tirada dos jogos gregos. Em suas corridas, lutas e vários exercícios atléticos, eles "se esforçaram ou agonizaram", ou empregaram todas as suas forças para obter a vitória. Milhares os testemunharam. Eles foram treinados por muito tempo para o conflito, e a honra da vitória foi uma das maiores honrarias entre o povo. Então Jesus diz que devemos nos esforçar para entrar; e ele quer dizer com isso que devemos ser diligentes, ativos, fervorosos; que devemos tornar nosso primeiro e principal negócio vencer nossas propensões pecaminosas e nos esforçar para entrar no céu. Esta mesma figura ou alusão aos jogos gregos é freqüentemente usada no Novo Testamento. (1Co 9.24-26; Fl 2.16); 

Precisamos tomar cuidado para não confundir essa passagem é excluir a graça de Deus na salvação do homem perdido. O ato de esforçar-se não quer dizer com isto que a realização humana merece a entrada no reino.

A porta estreita não é explicada, mas claramente é a entrada para a salvação. Isso nos faz lembrar que Jesus diz que  Ele é a porta.
(25-27).

Aqui temos alguns destaques: 
O dono da casa. Jesus é o dono da casa.
No final só teremos duas classes: os de dentro e os de fora.
(28-30) O parágrafo termina, com o pensamento de que haverá muitas surpresas quanto à membresia final do Reino. Pessoas virão do oriente, e do ocidente, do norte e do sul, significa que os gentios serão bem representados.


A parábola das bodas (Lc 14.7-14)
Jesus estava em um banquete e o comportamento dos convidados ao banquete deu a Jesus a oportunidade para dar uma lição sobre a humildade.
(10) É melhor ir para o último lugar logo no início. A maneira de chegar ao alto é começar em baixo. Se alguém escolher o lugar mais baixo, a única direção em que pode ir é para cima.


A parábola do grande banquete (Lc 14.15-23)
Esta parábola enfatiza a verdade de que os homens são salvos, não pelos seus próprios esforços, mas, sim, ao aceitar o convite. É possível rejeitar o gracioso convite.

Jesus estava à mesa com os demais convidados e derrepente um dos que estavam a mesa, provavelmente emocionado faz a seguinte declaração: “Feliz será aquele que comer no banquete do Reino de Deus.” (v.15) 

O reino de Deus, aqui, não significa o reino dos céus no sentido mais elevado, mas apenas o reino do Messias, do qual o judeu carnal aqui fala, de acordo com o sentido recebido de sua nação, como de um glorioso reino, no qual os judeus deveriam governar o mundo gentio, desfrutar de suas riquezas e receber todas as bênçãos e delícias temporais, nas quais colocaram sua felicidade ”. 

A parábola termina com um veredito sombrio sobre aqueles que originalmente foram convidados e que deram suas desculpas. Não haveria uma segunda chance para eles. Os primeiros que foram convidados talvez não aproveitassem o convite, mas outros, tanto judeus quanto gentios, o aceitariam. o propósito de Deus pode ser resistido, mas não pode ser eliminado.


O preço do discipulado (Lc 14.25-35)
A renúncia de si mesmo, levada, se necessário, às questões mais extremas, é para Jesus a única condição indispensável para o discipulado. Ele pede nada menos do que o coração, e isso não pode ser dado pela metade.

(27) A cruz aponta para o preço de seguir a Jesus, bem como o perigo que corremos quando abraçamos a fé em Cristo Jesus. Carregar a cruz é da essência do discipulado. Jesus quer que seus discípulos tenham consciência dos compromissos que assumiriam.

(28-30) A construção da torre representa o que toda vida humana deve almejar, a construção de uma estrutura forte e sólida na qual o construtor possa morar e descansar.

(31-32) A segunda ilustração é tirada dos reis na guerra. Não é fácil com dez mil soldados derrotar quem ataca com vinte mil. Um rei em tal situação deve pensar bastante antes de agir. Caso não veja como partir para a guerra, deve combinar a paz enquanto o seu inimigo está ainda longe.

As duas parábolas são semelhantes, mas têm lições um pouco diferentes. O que constrói a torre está livre para construir ou não, mas o rei está sendo invadido. Ele é obrigado a fazer alguma coisa.

A lição é clara. Jesus não deseja seguidores que se precipitem para o discipulado sem pensar naquilo que está envolvido. Seguir a Jesus tem um preço!

Jesus termina sua fala com a parábola do sal (14.34-35).Já estudamos sobre isso em lições passadas, mas a ideia principal aqui é que o discípulo precisa ter qualidades para o discipulado, caso contrário ele não poderá continuar seguindo a Jesus.

 

CONCLUSÃO
Terminamos a lição hoje falando sobre o preço do discipulado. Alguém já disse certa vez que não existe vitória sem luta. Pois bem, não existe discipulado sem o ensino de Jesus e suas parábolas. Elas ilustram princípios fundamentais na caminhada cristã. Meu desejo é que nas parábolas que muito nos ensinam, sejamos alunos exemplares.

 


Autores:

 

:: Pr. Gilberto Martins

 


:: Pb. Ivan Pisani


 

 

Referências bibliográficas
- Morris, Leon L. Lucas. Introdução e comentários. São Paulo: Mundo Cristão, 1983.
- Bíblia Sagrada _ Nova Versão Internacional, 2ª. Edição: Geográfica, 2000.
- HYPERLINK "https://www.abiblia.org/ver.php?id=10644"https://www.abiblia.org/ver.php?id=10644
- https://biblehub.com/commentaries/luke/10-1.htm

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